Anna Elizandra: uma mulher que faz da poesia sua bandeira de luta
Conheci há alguns dias uma poetisa da mais alta casta. É autora consagrada com quatro livros publicados e muitas premiações pelo Brasil. Sua produção poética encanta pela pureza de sensibilidade, pela singeleza da construção linguística, como também pela delicadeza com que constrói belíssimas imagens. Ela ratifica as palavras de Luís Almeida Sampaio, em artigo recente: “O bom poeta não precisa inventar inspiração, porque a musa inspiradora rouba sua atenção e canta para sua pena. O bom poeta verseja como se pintasse exuberantes telas”.
Esta respeitável poetisa dança ao som do vento, acompanhada de Érato, musa da poesia amorosa, com a intenção de derramar um arco-íris sobre o lirismo universal. Ela vai e passa no papel em branco uma pincelada genial de diferentes tons para construir comparações enigmáticas, tais como: “Como eco que ressoa/ Longe e, às vezes, á toa/ É a ânsia deste coração/ Querendo nova emoção/ Nesta noite ornada de garoa”. Ou usa as diversas combinações de um romantismo quase desbragado com a nítida intenção de iluminar as cavernas de nossa ‘anima’, como é perceptível no poema RIO: “Minha alma é o rio a te namorar/ Minhas ondas querem captar/ Tua imagem refletida em mim/ Profunda, tranqüila enfim.”
Interessante que Anna Elizandra (a poetisa ora analisada) disse algures que é educadora por convicção, arriscando-se no versejar só nas horas vagas como se quisesse humildemente diminuir sua intimidade com os deuses e deusas do Monte Parnaso. O sutil eufemismo engrandece ainda mais as potencialidades dessa mulher artista, que faz da poesia uma bandeira de luta.
O que me resta, Anna, é repetir-lhe as palavras de Friedrich Hebbel: “Diante de um grande poeta, tem-se a sensação de que as coisas que permanecem escondidas no caos emergem.” Vá, minha irmã de ofício, revelar as imagens de teu coração sensível para tornar o mundo mais bonito!
Paulo Rodrigues (Professor e Poeta)
texto publicado no jornal Agora Santa Inês na coluna do poeta Paulo Rodrigues
Anna Liz
Enviado por Anna Liz em 05/04/2011
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