“Eu preciso me apaixonar” quantas vezes dizemos isso a nós mesmos? E aí, num clique nos sentimos totalmente sucumbidos a paixão por alguém e nos questionamos: “Por que logo esta pessoa?”. Mas isso é o menos importante, poderia ser  qualquer pessoa. A verdade é que cada uma de nós tomamos a decisão de nos apaixonar. Obviamente, o candidato ou candidata tem que preencher alguns requisitos, mas não é a razão primeira da nossa paixão. A razão primeira é o nosso desejo de estar apaixonados.
A vontade de se apaixonar é fruto de um desejo profundo de fazer as coisas diferentes, de ser melhor com esta nova paixão. De estrear. Sim, porque esta é uma exigência que fazemos a nós mesmos, sempre está nos renovando. E apaixonar-se é começar, com o sabor de coisa nova. A pessoa que elegemos para nos apaixonar, acaba de entrar em nossas vidas, então é a chance de nós sermos quem não conseguimos ser até o momento. Quem, mesmo casado, nunca manifestou esse desejo? Apaixonar-se de novo não pelo mesmo marido ou a mesma esposa, porque com estes já não tem novidade. Mas apaixonar –se justamente para evitar os erros cometidos com nossos parceiros, sem necessariamente abrir mão deles.
Apaixonar-se é uma necessidade inerente a nós. Isso pode explicar as relações paralelas, embora não amenize.
                    (releitura da crônica "Apaixonados" de Martha Medeiros)