Anna Liz
Sou feita de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando n
Textos

As escritoras maranhenses, Anna Liz e Silvana Menses, lançam o livro Poesia Mínima, que se trata de um diálogo por meio de uma poética minimalista. O livro será publicado pela editora Terra Cultural, gerenciada pelo sr. Kleber Castro, um grande incentivador de autores maranhenses. Sobre essa obra dessas duas poetas, as escritoras Wanda Cunha e Laura Amélia tecem as suas impressões:

Poesia mínima é uma obra que per si traz um primoroso diferencial: reúne duas escritoras maranhenses da literatura contemporânea de grande quilate literário: Anna Liz e Silvana Meneses. A matéria-prima de suas poesias é a emoção das palavras em sua articulação, que tem como mérito alcançar o leitor por meio da sugestão, da influição e da fruição. Abraçando a poética minimalista, as autoras evocam temas como a vida, o amor, a solidão, a nostalgia, a natureza, numa abordagem introspectiva que não exclui o mundo de fora. Seus eus-poéticos conversam, argumentam, ponderam, confessam, revelam, refletem... É o garimpo do sentir no quebra-cabeça e coração de palavras que exprimem a leveza, a rapidez e a exatidão que a literatura minimalista assegura.

(Wanda Cunha

 Presidente da Academia Maranhense de Trovas, membro da Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas)

 

À primeira vista, talvez sob a influência do título (Poemas Mínimos) supõe-se uma leitura sem redemoinhos, sem corredeiras, sem sustos! Nada mais enganador; logo, logo nossa sensibilidade é puxada para o mais profundo estado de pura emoção, para o exato lugar onde mora a poesia e seus sortilégios. Lugar onde moram duas poetas que decidiram discutir em poesia, a poesia; lugar cheio de atalhos que se encaminham para um único destino: a beleza e o sentido da vida!

As autoras deste livro nos entregam uma poesia como um organismo ao qual nada precisa ser acrescentado, porque dispensável, e do qual nada pode ser retirado porque absolutamente necessário.

Donas de um ritmo particular, visceral que norteia e determina a composição do poema, onde elementos próprios de uma poética lírica, intimista e confessional se condensam, resultando a Grande Arte que consiste em encerrar em um único verso, um sentido completo, universal.

Laura Amélia Damous

 poeta e membro da Academia Maranhense de Letras.

 

 

O livro divide-se em cinco partes: Mínima metapoesia, A mínima lírica da vida, A mínima lírica do amor, A lírica da solidão e A lírica da natureza

Da Mínima metapoesia:

meu jeito de escrever

é sangrando

escrevo versos jamais lidos

mas é assim que sobrevivo

(Anna Liz)

 

escrevo, quais palavras

expulsam meus sentimentos?

espremo tudo dentro de mim

e aposto nesse perigo

(Silvana Meneses)

 

Da “Mínima lírica da vida”:

agarro-me

(como quem desiste)

ao fio solto de vida

(Anna Liz)

 

 tem uma vida pendurada

nos meus olhos que se arrasta lá fora

tem uma vida pedindo

pra ser salva aqui dentro

(Silvana Meneses)

 

Da “Lírica do amor”:

estou cansada do amor

a escrita não me protege

(Anna Liz)

 

amargura

amar

cura

(Silvana Meneses)

 

Da “Lírica da Solidão”:

tudo fere

minha solidão

tenho pressa de silêncio

(Anna Liz)

 

minha solidão

tem asas, mas não sai

do meu pé

(Silvana Meneses)

 

Da “Lírica da Natureza”:

sou aridez

mas tenho frestas:

frestas/nascentes

frestas/luz

(Anna Liz)

 

me deixo ser semente

em pleno deserto

(Silvana Meneses)

Ao final, descobre-se nesta obra o renascimento de poesias em novo contexto, nos “diálogos mínimos”, no palco de uma conversa poética que só eleva a literatura minimalista maranhense. E o que fica como resultado deste projeto de poesia a quatro mãos é a certeza de que Anna Liz e Silvana Menezes são duas escritoras talentosas que sabem articular com esmero e propriedade os seus textos. E que bom que cada uma é única naquilo que escreve e sente! Eis aqui, pois, um trabalho literário magistral. É ler para crer.

Wanda Cunha

Presidente da Academia Maranhense de Trovas, membro da Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas

Lembro Dylan Thomas, poeta galês, “poesia é aquilo que me faz rir, chorar ou uivar...”.Tudo o que interessa a poesia é o encanto que nela existe, por mais trágico que seja; tudo o que importa é o eterno movimento que há por trás dela, a vasta corrente subterrânea da dor, da loucura , da pretensão, da exaltação ou da ignorância humanas; a função da poesia é a celebração do Homem!

E em celebração à poesia, as vozes de duas poetas se unem e se intercalam e nos convidam a participar dessa imensa poesia mínima.

Laura Amélia Damous

 poeta e membro da Academia Maranhense de Letras.

 

 

 

 

Anna Liz, Wanda Cunha, Laura Amélia e Silvana Meneses
Enviado por Anna Liz em 19/06/2025
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